A falta de segurança nas calçadas
de Belo Horizonte
As calçadas de Belo Horizonte, em
pouco mais de dois meses, voltaram a ganhar as páginas do noticiário da
capital. Novamente buracos, pedras soltas, entulhos, falta de calçamento, pisos
irregulares, obstáculos nos passeios dificultam o direito de ir e vir do
cidadão.
O Código de Posturas do Município
assume o papel de vilão da história, já que define a construção, a manutenção e
a conservação como de responsabilidade dos proprietários dos imóveis. O
problema se intensifica quando se define que a construção das calçadas deve ser
em pedras portuguesas, as quais primam pela beleza em detrimento da segurança
do pedestre, pois se desprendem com facilidade.
Já está passando da hora de o
poder público, neste rol incluem-se executivo e legislativo, em dar cabo deste
problema e proceder à alteração do código de posturas em prol do bem estar do
munícipe. A calçada faz parte do logradouro público e com tal deve ser tratada
pelo município. Não deve ser responsabilidade do proprietário as exigências
postuladas no código. O legislativo deve proceder à sua alteração e definir que
a construção, a manutenção e conservação devem estar a cargo da prefeitura. O que
está em jogo é a qualidade de vida dos pedestres que circulam pela cidade, seja
no hipercentro seja nas regionais.
Estamos em momento oportuno para sugerir,
e ao mesmo tempo, cobrar de nossos candidatos a vereador e à prefeitura
municipal propostas de alteração deste estado de coisas que tem prejudicado toda
população. Os mais fragilizados são os idosos, os deficientes visuais, os
cadeirantes, mas qualquer pessoa está sujeita a acidentar-se pelas calçadas de
Belo Horizonte.
A prefeitura deveria assumir a
calçada como parte do logradouro e uniformizar a construção, oferecendo
segurança ao pedestre. Se hoje 10% da população tem alguma deficiência, 11% são
idosos, além de mulheres grávidas e pessoas com alguma dificuldade de
locomoção, teremos, por baixo, 35% da população sujeita a algum tipo acidente
em nossas calçadas. Desta forma é importante que se inicie esta discussão com
nossos representantes, para que o problema não se agrave ainda mais.
A solução não é espalhar fiscais pela cidade, exigindo que se cumpra a lei, uma vez que a responsabilidade é do poder público, pois a calçada é pública, assim sendo não deveria ser responsabilidade do proprietário, cuja posse do imóvel é do portão pra dentro.
A matéria Pedestre enfrenta corrida de obstáculos nas calçadas foi publicada no jornal Hoje em Dia do dia 30/08/2012.
Rômulo Venades
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