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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Hospital do Barreiro: um capítulo a mais

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Segue a análise de mais um episódio obscuro na construção do Hospital Metropolitano do Barreiro. Falta transparência e sobra ganância e descompromisso público com a saúde do belo-horizontino.

Hospital Metropolitano do Barreiro: exemplo do mal fazer
 
O povo mineiro e os trabalhadores do Sistema Único de Saúde da Grande Belo Horizonte esperam há quase dois anos o Hospital Metropolitano do Barreiro. A construção seria realizada pelo modelo de Parceria Público-Privada (PPP), prometido como mais eficiente, mais rápido e mais barato. E se transformou no exemplo do mal fazer da atual Prefeitura de Belo Horizonte e do Governo de Minas Gerais.
 
Precisamos de Mais Hospitais?
Não há dúvidas: uma boa e ampla rede de serviços de saúde na atenção primária, com Centros de Saúde e Equipes de Saúda da Família de qualidade e com boas condições de trabalho, diminuiria muito a superlotação das UPAs e Hospitais. Em BH, as 578 equipes de saúde da família estão sobrecarregadas e desvalorizadas.

Também não há dúvidas de que problemas estruturais da sociedade brasileira e mineira, como educação, moradia, salário, renda e transporte público, são determinantes sociais da saúde e doença. Portanto, sem direitos sociais plenos não há direito à saúde.

Mas, em BH, dados da UPA Barreiro evidenciam que, na média, pacientes ficam 2 a 3 dias em observação na UPA antes de serem encaminhados a algum hospital para internação hospitalar (a UPA deveria ser apenas uma rápida passagem). Alguns ficam até 13 dias aguardando vaga. E, cerca de 10-20% dos atendimentos são de pessoas oriundas de outras cidades da região metropolitana.  Além disso, todos sabem da longa fila de espera para cirurgias, consultas especializadas, exames de imagem e mesmo vagas em CTIs.
 
Precisamos de Mais Transparência!
O Hospital Metropolitano do Barreiro foi promessa de campanha de Márcio Lacerda em 2008. Seriam ofertadas por mês 10 mil consultas especializadas, 1,4 mil internações hospitalares, 700 cirurgias.

Em pelo menos 5 situações, a PBH deve explicações do que foi feito:

1-    Projeto da Obra
A Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP) foi anunciada em maio de 2010 como empresa escolhida para o projeto. Outras empresas podiam manifestar interesse em até 60 dias. Recebeu R$1,15 milhões do Governo Estadual e R$1,15 milhões da PBH. No entanto, o Tribunal de Contas Estadual (TCE) observou que a EBP estava autorizada a iniciar o trabalho pelo menos 3 meses antes, o que pode configurar favorecimento. Curioso é que a EBP é dirigida por um ex-secretário do Ministério da Fazenda de Zélia Cardoso e de Antônio Palocci.

2-    Abandono da Obra
A primeira fase da obra foi realizada a partir de licitação. Venceu a Construtora Santa Bárbara que recebeu R$15,6 milhões, trabalhou entre junho de 2010 e abril de 2011, quando abandonou a obra. A PBH aplicou multa de R$509 mil. Curioso é que a Construtora Santa Bárbara participou de umas das obras públicas mais caras da história de Minas Gerais, a Cidade Administrativa, além do Hospital da UNIMED, Toca II e reforma da Santa Casa, entre outras grandes obras. Segundo o Jornal Hoje em Dia, isso encareceu a obra de R$31,9 para R$38,3 milhões.

3-    Retomada das obras
A PBH fez nova licitação e venceu a Construtora Tratenge, do filho do dono do Hospital Mater Dei, segundo o Novo Jornal. A Tratenge recebeu mais R$23 milhões para a obra e, ao assumir, fez críticas públicas a qualidade do trabalho da Santa Bárbara. Entregou a obra em maio de 2013. Curioso é que a Tratenge foi a única habilitada pela PBH a participar da licitação, da qual foi vencedora.

4-    Modelo PPP
A segunda fase seria realizada com o modelo de PPP. A vencedora foi o Consórcio Novo Metropolitano, liderado pela Andrade Gutierrez. Curioso é que a própria Tratenge, em consórcio com a empresa Planova, em dezembro de 2011, abriu mão de concorrer em favor da Andrade Gutierrez logo após ganhar licitações para a primeira fase da obra, em setembro de 2011.

5-    Novo atraso nas obras
Segundo o Jornal Estado de Minas, o Governo Estadual destinou R$20 milhões e o consórcio R$160 milhões de reais para a segunda fase da obra. O Secretário Municipal de Saúde de BH, Marcelo Gouveia, estima que os cofres públicos vão aplicar R$120 milhões por ano para administração, sendo que R$55 milhões seriam repassadas às empresas privadas, que ainda teriam direito de explorar lucro de serviços de lavanderia, hotelaria, manutenção e estacionamento por 20 anos. Mas, a obra está parada desde maio de 2013. Curioso é que a Andrade Gutierrez não começou a obra e fontes ligadas ao Prefeito Márcio Lacerda declararam que a empresa estava insatisfeita com a possibilidade de levar prejuízo, segundo o Jornal O Tempo. Em outras palavras, insatisfeita com a margem de lucro.
 
Os 5 erros de Lacerda e Anastasia
Período
Denúncia
Fonte
Maio 2010
Estrutura Brasileira de Projetos (EBP) pode ter sido favorecida na construção do Projeto do Hospital
Tribunal de Contas Estadual
Abril 2011
Construtora Santa Bárbara abandona a obra em abril de 2009, alegando problemas financeiros
O Tempo
Setembro 2011
Tratange assume finalizar a 1ª fase da obra em licitação em que foi a única empresa habilitada pela PBH a concorrer e, ao avaliar a qualidade da obra, critica o trabalho da Santa Bárbara
Novo Jornal
Dezembro 2011
Consórcio Tratenge-Planova desiste de concorrer a 2ª fase da obra, em regime de PPPs, em favor do consórcio Novo Metropolitano, liderado pela Andrade Gutierrez
Novo Jornal
Setembro 2013
Consórcio Novo Metropolitano, liderado pela Andrade Guitierrez, não inicia a obra como anunciado – fontes ligadas ao Prefeito Márcio Lacerda informam insatisfação com possibilidade de prejuízo
O Tempo
 
Exemplo do mal fazer
As empresas demostraram sem pudores que seu compromisso é com o lucro, não com o povo. Os Governos demonstraram sem pudores mais compromissos com as empresas, menos com o povo.

Segundo o Jornal o Tempo, a obra estava orçada em R$150 milhões, mas a expectativa de custo atual são R$220 milhões. A obra seria finalizada no 1º semestre do ano eleitoral de 2012. Com os atrasos, a nova previsão é o ano eleitoral de 2014. Agora, o povo e os trabalhadores do SUS querem abertura imediata dos contratos e prestação de contas, com uma profunda investigação dos Conselhos de Saúde, Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Ministério Público e Tribunais de Contas.

E, a promessa de PPPs com mais eficiência, mais rapidez e mais economia revelou-se: mais denúncias, mais atrasos, mais gastos públicos.
 
Bruno Pedralva
Médico de Família e Comunidade da PBH
Diretor-eleito do SindiBel
 
 
Fontes:

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Hospital do Barreiro: a audiência pública

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Apesar do boicote dos representantes da prefeitura de Belo Horizonte que não compareceram a audiência publica, do desrespeito do administrador da região do Barreiro que falou rapidamente e foi embora deixando o povo falando sozinho , da ausência injustificada da ampla maioria dos políticos eleitos no barreiro, exceto o vereador Adriano Ventura a audiência foi mais uma vitória na nossa luta para exigir a continuidade das obras do Hospital Metropolitano do Barreiro, discutimos e decidimos vários encaminhamentos para o prosseguimento da nossa luta, acorda Barreiro o Brasil já acordou, chega de descaso com o povo do barreiro.


Otomar Lúcio

Audiência Pública, realizada em 07 de novembro na E.M. Professora Isaura Santos, foi solicitada para tratar dos atrasos nas obras do Hospital do Barreiro.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

FIQUE ATENTO

AGENDE-SE:
A reunião Ordinária da CRTT é na Terceira Segunda Feira de cada mês.
A reunião Ordinária do CONSELHO DISTRITAL DE SAÚDE é na Primeira Segunda Feira de cada mês.


Sugerimos aos Companheiros que leiam atentamente as Atas da CRTT, nelas constam solicitações e andamento de obras de cada Sub-região.


Foram inaugurados no dia 18 de junho de 2008 o CEM (Centro de Especialidades Médicas) Barreiro, além dos Centros de Saúde do Vale do Jatobá e Independência.