ARQUIVOS DO BLOG

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

OP 2012 terá corte de 96 milhões


Prefeitura.Orçamento participativo de 2012 terá um corte de quase R$ 96 milhões em relação a 2011
OP perde recursos para a Copa
Vereadores de BH denunciam atraso de até dez anos na conclusão de obras
CRISTIANO MARTINS - 

Publicado no Jornal OTEMPO em 21/10/2011

Considerado uma das principais marcas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o Orçamento Participativo (OP) deve sofrer com o agravamento dos atrasos em alguns de seus empreendimentos no ano que vem. Vítima da Copa de 2014, que atrairá quase 25% de todas as receitas previstas pelo Executivo, a ferramenta terá um corte de quase R$ 96 milhões em 
comparação com 2011.

De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, 41 dos 327 projetos em fase de execução apresentam um andamento "aquém do desejado". Essa proporção, porém, pode ser ainda maior, segundo alguns vereadores da Comissão de Orçamento e Finanças Públicas da Câmara Municipal.

Ontem, na última audiência realizada com o objetivo de discutir a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012 enviada pela PBH, os vereadores voltaram a criticar a priorização das obras de preparação para a Copa.

"Enchem a boca para falar do OP, mas tem obra se arrastando há dez anos", afirmou Paulinho Motorista (PSL), referindo-se ao beco José Gomes, no aglomerado da Serra. "No computador, eles dão algumas obras como concluídas, mas se você vai no lugar, vê que não está pronto. O povo não está no mundo virtual", disse.

Esse foi o mesmo tom adotado por Divino Pereira (PMN). "A prefeitura está maquiando algumas informações. A cidade acontece no dia a dia, e o OP é uma ferramenta conquistada pelo povo. Não podemos abrir mão", declarou o vereador, que se mostrou bastante descrente em relação ao "legado" da Copa para a capital.

Na semana passada, o secretário de Obras Murilo Valadares havia admitido os atrasos. Ele garantiu, no entanto, que os empreendimentos mais antigos têm prioridade. "A gente continua trabalhando firme para quitar as (obras) de 2001, 2002. Algumas estão sendo licitadas agora em novembro, e as mais antigas têm preferência, sim", afirmou.

Os vereadores Adriano Ventura (PT), João da Locadora (PT) e Sérgio Fernando (PV) também demonstraram preocupação. A comissão estuda apresentar uma emenda ao projeto da PBH. 

Na LOA 2012, são reservados R$ 88 milhões para o OP, enquanto, em 2011, o valor chegou a R$ 183,9 milhões - no entanto, apenas R$ 43,5 milhões já foram executados neste ano.

FOTO: ALISSON GONTIJO - 14.10.2011
Sem conclusão. O beco José Gomes ainda está em obras, após dez anos do início do investimento



Análise
"Isso pode virar uma armadilha"
Nas entrelinhas, o esvaziamento do Orçamento Participativo aliado à ampliação do Planejamento Participativo Regionalizado (PPR)  programa conduzido pela recém-criada Secretaria Adjunta de Gestão Compartilhada, pode revelar a intenção do prefeito Marcio Lacerda em desvincular seu governo do instrumento de participação popular que acabou virando uma marca das gestões petistas após a passagem de Patrus Ananias pela prefeitura.


A avaliação é propagada pelos corredores da Câmara Municipal de Belo Horizonte, principalmente entre vereadores que ocupam cadeiras há mais tempo e formaram a base de apoio do prefeito Fernando Pimentel (PT), antecessor de Lacerda. (PPR) "Isso pode virar uma armadilha para o prefeito, porque dificilmente ele vai conseguir atender a todas essas demandas da população", disse um desses parlamentares, que pediu para não se identificar.



PPR. O Planejamento Participativo Regionalizado (PPR), colocado em prática desde junho deste ano, consiste no recolhimento de sugestões e demandas da sociedade. Para isso, a prefeitura subdividiu as nove regiões administrativas de Belo Horizonte em agrupamentos de bairros com características comuns, como índices socioeconômicos, entre outros.



A secretária adjunta de Gestão Compartilhada, Maria Madalena Franco, nega qualquer tipo de competição entre as duas ferramentas de gestão. "Elas se complementam. O OP é deliberativo: a população vota em uma determinada obra para ser realizada. O PPR é um planejamento estratégico, de longo prazo, e contempla não apenas obras, mas também políticas sociais e outras demandas". (CM)
Secretário admite foco e fala em ano atípico
O secretário municipal de Planejamento e Orçamento, Paulo Bretas, não esconde que o Mundial de 2014 foi tratado como prioridade na elaboração da Lei Orçamentária de 2012. O principal objetivo, segundo ele, é "pescar" recursos de programas federais como o PAC da Copa.


"Fizemos os ajustes possíveis para atravessar esse momento. Será um ano atípico. Tivermos que tirar um pouco daqui e dali, porque se não colocarmos a contrapartida, o governo federal não vai mandar dinheiro, e a parte da União é muito maior, em torno de 90% de tudo. Isso nos forçou a remanejar", explicou.



Ele nega, porém, que o montante reservado para o OP em 2012 será insuficiente. "Dá para manter, porque em 2011 nós avançamos bem na execução das obras", avaliou. (CM)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela sua visita e seu comentário!

FIQUE ATENTO

AGENDE-SE:
A reunião Ordinária da CRTT é na Terceira Segunda Feira de cada mês.
A reunião Ordinária do CONSELHO DISTRITAL DE SAÚDE é na Primeira Segunda Feira de cada mês.


Sugerimos aos Companheiros que leiam atentamente as Atas da CRTT, nelas constam solicitações e andamento de obras de cada Sub-região.


Foram inaugurados no dia 18 de junho de 2008 o CEM (Centro de Especialidades Médicas) Barreiro, além dos Centros de Saúde do Vale do Jatobá e Independência.