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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Reunião PPR no Território 3

PPR - Participação Popular Restrita

            A Prefeitura Municipal iniciou uma nova rodada de apresentação do PPR Planejamento Participativo Regionalizado à população de Belo Horizonte. No dia primeiro de dezembro foi a vez da regional Barreiro, Território 3.

            O objetivo é levar à população o planejamento da cidade, segundo a ótica da Secretaria de Gestão Compartilhada. A secretaria não veio substituir o OP Orçamento Participativo, é o samba de uma nota só nas reuniões da gestão, no entanto o espaço reservado ao programa implantado na capital mineira é exíguo e pouco expressivo, não propiciando o amadurecimento do programa de participação popular.

            Verticalizando a apresentação, a Secretaria manteve-se na zona de conforto, não permitindo o confronto de ideias e a participação direta do povo, a dinâmica de apresentação do PPR foi engessada, centralizadora e, por vezes, tediosa. A interação povo e gestores foi pouco producente, já que não permitiu uma satisfatória troca de experiências.  Faltou entusiasmo, na melhor acepção da palavra, na apresentação, o que uns chamariam de feeling, dir-vos-ia, faltou inspiração ao condutor do processo.

            O distanciamento provocado pela organização não privilegiou a manifestação popular, outrossim, um clima de alijamento foi perpetrado aos manifestantes. A única maneira de fazer questionamentos na assembleia foi por meio da escrita, não permitindo a manifestação oral. A escrita surgiu na vida do homem como forma de armazenar dados, de preservar sua história, portanto a articulação das palavras, a expressão oral deve prevalecer sobre esta forma de registro do cotidiano, por mais importante que seja o escrever, o dom de ouvir e a capacidade de dialogar devem predominar como meio de interação entre as pessoas.  

            A Secretaria de Gestão Compartilhada solicitou às Lideranças comunitárias que convidassem a população para participar de um evento da PBH, no entanto calou a voz destas Lideranças ao negar-lhes o direito de fala, lembrando que o Líder comunitário é referência no meio do povo, se ele não aparece não é visto, se não é visto não será lembrado e se não for lembrado, estando no meio do povo (agradecendo de própria voz a sua participação), poderá não ser atendido em outra convocatória.

            O que se depreende dos acontecimentos desta noite é a máxima sempre contestada por administrações neoliberais, por mais que se reclame, que se conteste, as gestões que permitem a livre manifestação popular em assembleias, encontros, seminários são as de cunho sociais, cuja administração, para governar, opta por ouvir diretamente sua população.

            Se “Belo Horizonte estimula e investe na participação cidadã na gestão do município”, falhou a gestão ao não permitir que o povo soltasse a voz e fizesse seus questionamentos, além disto, perdeu a oportunidade de permitir que seus próprios representantes, como saúde, educação, cultura, administração ali presentes pudessem responder diretamente aos anseios do povo.

            A Participação no Planejamento deve privilegiar a voz do povo, destarte, nos encontros, deixe o povo se manifestar, deixe o povo falar, mas que haja diálogo, pois se aos orientais o silêncio é uma forma de interação entre as pessoas, para os ocidentais é sinônimo de falha na comunicação.


Rômulo Venades

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